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Dúvidas Frequentes

Sobre a Campanha...

porque cólica não é normal

A campanha surgiu observado-se o crescente número de casos no diagnóstico de endometriose. Esse aumento de demanda nos leva a um grande desafio, pois sem a devida agilidade nas condutas e tratamentos, há um real impacto negativo na qualidade de vida das pacientes em questão.
As cólicas menstruais intensas, dores abdominais e urinárias, disfunção sexual com dispareunia (dor à penetração profunda), frustração pela dificuldade ou impossibilidade de engravidar, alguns casos de abortamento e partos prematuros trouxeram um impacto real na vida dessas mulheres. Falta-se o trabalho, os almoços de família, as provas da faculdade, o dia de praia. Tornam-se escravas dos anti-inflamatórios e das idas aos hospitais. Tudo isso em silêncio.

Apesar de sua invisibilidade social, esse não é um problema de poucas. Segundo dados da OMS, a endometriose atinge 1/10 mulheres em idade reprodutiva, chegando a uma média de 190 milhões em todo mundo.

É importante entender que a endometriose não é apenas uma doença localizada no aparelho reprodutivo feminino, ela apresenta um perfil genético, epigenético, com alterações hormonais e imunológicas e de exposição ambiental.

Apesar de universal, em sinais e sintomas, o tratamento ideal deveria ser abordado de uma forma individualizada(de acordo com idade, dor, vontade de engravidar, resposta ao tratamento clínico, instituído desde o início do sintomas).

Em face dessas informações conclui-se que o tempo se torna primordial para que haja bons resultados, portanto, deve- se AGIR ANTES DE PROGREDIR, principalmente tratando-se de uma doença inflamatória crônica, progressiva, incurável e que pode percorrer desde a adolescência à menopausa.

No Brasil, por exemplo, do início dos sintomas até o diagnóstico e tratamento, o tempo médio

estende-se por um período de 7 a 10 anos, exercendo assim um grande impacto nos prognósticos ginecológicos e obstétricos.
Essas orientação é de suma importância para que se haja um sensação de pertencimento na condução dos seus casos, pois um item fundamental a esse processo é a imputação de responsabilidade das pacientes, já que uma possível conquista de melhora tem como fator principal mudanças de hábitos de vida, como alimentação, atividade física regular, higiene do sono, gerenciamento do estresse oxidativo.

Além dessa metamorfose de hábitos, o bloqueio hormonal com drogas como Dienogest, Desogestrel, análogos do GNRH, DIU e implantes harmonias) e a cirugia (vídeo-Laparoscopia) também podem ser indicados de acordo com a sintomatologia, necessidade e momento de vida de cada paciente ou gravidade do estágio da doença.

Diante dessa introdução define-se como pilares da campanha:

1. LEVAR INFORMAÇÃO

As pessoas devem compreender que a endometriose é uma doença com importante impacto na saúde pública. Então se faz necessário sensibilizar as autoridades responsáveis pelas políticas de saúde e seus mecanismo de ação na sociedade e buscar identificar modelos eficazes de tratamento, diagnóstico e prevenção através do aumento e estimulo de pesquisas sobre a patogênese, fisiopatologia e genética.

2. DIMINUIR O TEMPO DE DIAGNÓSTICO

O diagnóstico de endometriose, no Brasil, chega a demorar cerca de 10 anos. Nesse período há a progressão da doença, explicada de acordo com a Teoria da Menstruação Retrógrada, e perpetuação da inflamação local com o estresse oxidativo. Tudo isso leva a uma mudança prognóstico, tratamento, e diminuição de qualidade. Torna-se viver bem, sem cólica, expressando sua sexualidade sem dores e ter a condição e possibilidade de ser mãe, se assim for o seu desejo

3. OTIMIZAR TRATAMENTO

Para impedir evolução da doença, deve ser oferecida uma equipe multidisciplinar com ginecologista, radiologista, nutricionista, psicólogo ou psiquiatra, fisioterapeuta, preparador físico e pode-se contar também com métodos como acupuntura e yoga. Esse exército de profissionais demonstra a complexidade e a necessidade de individualidade na abordagem.

4. DESROMANTIZAR

Ter dor não nos parece ser um ato romântico. As mulheres não deveriam aceitar que a cólica é uma coisa normal. Cólica não é frescura. Não se trata então de "limiar baixo de dor", não se pode mais aceitar argumentos ilógicos e preconceituosos com as mulheres. Toda cólica tem que ser investigada. Além das cólicas, também é importante não aceitar a dor na relação sexual, se deve buscar e encontrar tratamento.

Apesar da frequência da endometriose, não se pode excluir outros diagnósticos diferenciais como: doença do intestino irritável, varizes píleicas, DIP, dor miofascial e fadiga excessiva. Assim, enumero os key points (pontos chaves): para investigação e tratamento

Boa Anamnese

Histórico familiar e de sintomas atuais. Pesquisar o uso de ACO (que pode mascarar a doença). Investigar infertilidade, dor na relação sexual profunda, dores abdominais, diarréia com sangramento e dor ao urinar(disuria).

Exame Físico

Extremamente importante, o exame deve ser minucioso( incluir palpação abdominal, toque vaginal na busca de nódulos, devido ao endurecimento e dor à nível de colo uterino e sua devida mobilização, afastando focos de doença ou aderências pélvicas.

Exame de Imagem

USG para pesquisas de endometriose com preparo intestinal; Ressonância Magnética da pelve.

Dra. Glauce Casaes

Obstetra e Ginecologista
CRM 11415 - RQE: 22685

Durante desses quase 30 anos de formação, tive a oportunidade de me dedicar cerca de 25 anos ao estudo de endometriose. Concluindo minha formação acadêmica na Santa Casa de São Paulo com Prof. Dr. Tstumo Aoki, de saudosa memória, e do Prof. Dr. Paulo Ayrosa, ambos mestres na atuação prática e imensa produção científica, foi-me possibilitado o aprendizado da Laparoscopia (cirurgia por vídeo), que naquele tempo era a forma de diagnosticar. Ensinaram-me a conduzir com respeito, de forma humana e individualizada cada uma das mulheres que examinasse. E assim, venho exercendo meu ofício em Feira de Santana-BA desde que cheguei em 1997. Percebi que seria possível transformar a vida das mulheres que fossem acometidas com esta patologia, oferecendo-nas a possibilidade de terem bem estar, sem cólicas, sem dores no ato sexual e que ter filhos não fossem uma obrigação nem tampouco uma proibição.

Então, por que não fazer isso com todas as mulheres? Por que esse mundo possível não poderia ser alcançado por todas e não por algumas privilegiadas?

Por isso resolvi DAR VOZ à essas mulheres invisíveis, sofridas, frustradas, incompreendidas que buscam ajuda sem resposta ou sem orientação necessária para mudar a vida delas.

Outro questionamento se faz necessário. Por que só nos preocupamos quando uma doença é maligna? Devido ao risco maior de morte?

Claro que devemos nos preocupar com as neoplasias, mas será que existe morte mais dolorosa que a da alma, a da esperança, da falta de compreensão e solidariedade? Será que existe maior desalento que a falta de compreensão e acolhimento no GRITO DE DOR.

Será que é pedir demais? Será que não podemos divulgar e informar melhor as pessoas sobre os sintomas da doença e como fazer seu diagnóstico precoce; fazer ações políticas e públicas, treinar profissionais de saúde para pesquisar exaustivamente o diagnóstico sempre que essa possibilidade se apresentar?

Essa é mais uma defesa da campanha Cólica não é Normal, que inclui em grande propósito, uma grande bandeira da minha carreira #mulhertemqueviverbem e todas nós temos que nos preparar para essa batalha e irmos preparadas com conhecimentos, técnica em parceria para MUDAR ESSE CENÁRIO.

#colicanãoénormal

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