O útero é revestido por um tipo de tecido que é afetado diretamente pelos hormônios, engrossando sua espessura e sendo expelido do corpo conforme o ciclo menstrual da mulher, e é chamado de endométrio. O endométrio é o que permite, por exemplo, que o óvulo se instale ali para que possa ser fecundado pelo espermatozoide, gerando uma gravidez.
Quando esse tecido cresce fora do útero, em lugares da cavidade abdominal, como os ovários e a bexiga, a paciente é diagnosticada com endometriose.
A paciente pode, inclusive, ter endometriose intestinal, que acontece quando parte do tecido do útero cresce no reto e no intestino grosso.
Normalmente, ao final do ciclo menstrual, o endométrio costuma ser expelido do corpo, por meio da menstruação. Quando há endometriose, ou seja, a presença de endométrio em outros pontos do corpo, isso não acontece, gerando dores intensas.
A endometriose é uma condição que pode ser muito dolorosa, causando sérias dificuldades na vida da mulher afetada. De modo geral, essa condição é diagnosticada após os 20 anos de idade, mas o tecido uterino pode crescer fora do local correto antes mesmo que a menina tenha sua primeira menstruação.
A endometriose profunda acontece não só quando o tecido do endométrio está presente em outros órgãos, mas também quando ele está fixado de uma forma profunda naquela determinada parte do corpo, chegando a crescer e a se fixar em um determinado órgão a uma profundidade maior do que 5 milímetros, causando danos profundos em pontos como bexiga, reto, ovários e trompas. (Fonte: Rede D`or).
CLASSIFICAÇÃO DE ENDOMETRIOSE:
Segundo a Sociedade Americana de Medicina Reprodutiva (ASRM), a endometriose é classificada em 4 estágios clínicos e em 4 tipos:
- Estágio I: mínima
- Estágio II: leve
- Estágio III: moderada
- Estágio IV: grave
Tipo I – Superficial/peritoneal: Focos de lesões acometendo o peritônio;
Tipo II – Endometrioma: Formam-se cistos com conteúdo marrom escuro (achocolatados);
Tipo III – Profunda/infiltrativa: As lesões endometrióticas se estendem mais que 5 mm por baixo do peritônio infiltrando nos órgãos. É responsável por sintomas dolorosos, cuja gravidade está fortemente correlacionada com a profundidade das lesões, formando nódulos atrás do colo do útero, ureteres, vagina, intestino e outros.
Tipo IV – Adenomiose: Quando a endometriose acomete a camada muscular do útero (miométrio).
A classificação em estágios tem função descritiva quanto ao número e locais das lesões e não tem relação com os sintomas e intensidade da dor da paciente.
REFERÊNCIAS NA LITERATURA MÉDICA:
American Society for Reproductive Medicine (ASRM). Fact Sheets and Info Booklets – Endometriosis. 2007;
American society for reproductive medicine. A guide for patients. Endometriosis 2012.
Harris-glocker, miranda; mclaren, janet f. Role of female pelvic anatomy in infertility. Clinical anatomy, v.1, n. 26, p.89-96, 2013;
Stilley, julie a. W.; birt, julie a.; sharpe-timms, kathy l. Cellular and molecular basis for endometriosis-associated infertility. Cell tissue res, v. 349, n. 3, p.849-862, 03 fev. 2012.